O
Acidente Vascular Cerebral (AVC) é definido pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) como “um sinal clínico de desenvolvimento rápido de uma perturbação
focal, da função cerebral de possível origem vascular e com mais de 24 horas”,
ou seja o AVC, popularmente conhecido por “derrame cerebral” ocorre quando
existe uma interrupção súbita do fluxo sanguíneo numa determinada área do
cérebro, ocorrendo uma diminuição da actividade dessa mesma área (Scalzo et
al., 2010).
Quanto
à classificação pode ser dividido em dois tipos: em AVC Isquémico ou AVC Hemorrágico
(Abdon et al., 2008).
Os
principais fatores de risco para a ocorrência de um AVC são a hipertensão
arterial, o tabagismo, diabetes Mellitus, a arteriosclerose, a obesidade,
arritmias cardíacas, doenças das válvulas, dilatações do coração, sedentarismo,
hereditariedade e a idade (Cancela, 2008).
Os
sinais clínicos apresentados estão relacionados directamente com a localização
e extensão da lesão, bem como a presença de irrigação colateral. Assim as principais
manifestações clinicas observadas nos AVC’s são as alterações das funções
sensitivas, motoras, de equilíbrio e
de marcha, o défice cognitivo e de linguagem (Scalzo et al., 2010).
A
alteração do tónus muscular é uma das funções motoras que também acontece após
um AVC, podendo o hemicorpo afectado apresentar um estado de flacidez sem
movimento, ou seja o tónus muito baixo (hipotonia), ou pode apresentar espasticidade,
o individuo não consegue iniciar o movimento, mas apresenta um aumento da
resistência ao movimento passivo. Esta acontece quando existe lesão ao nível da
porção piramidal do sistema motor, podendo ser comprovada através do sinal de
Babinsky. (Cancela, 2008; Correira et al., 2010).
O equilíbrio e a
marcha num individuo que sofreu um AVC também vão estar alterados, uma vez que
este apresenta perda do controlo postural, que é a base para a realização de
movimentos voluntários normais especializados. Este mecanismo de controlo
postural é constituído por três grupos: as reacções de rectificação (mantem a
posição normal da cabeça no espaço), as reacções
de equilíbrio (reacções automáticas ás alterações de postura e movimento) e
as reacções de extensão protectiva (reacções de equilíbrio e rectificação são
insuficientes), assim num individuo que sofreu um AVC as reacções posturais
automáticas não funcionam no hemicorpo afectado, dificultando desta forma o
manter na posição de pé, o andar, as AVD’s (Cancela, 2008).
As alterações de
sensibilidades também são muito frequentes após um AVC, as mais visíveis são os
défices sensoriais superficiais, proprioceptivos e visuais (Cancela, 2008).
Após um AVC
também pode haver alterações da função perceptiva, na comunicação, no
comportamento, estas manifestações levam a limitações na realização das
actividades de vida diária e restrições no convívio social (Scalzo et al.,
2010).
Referências:
Referências:
- Abdon, A.; Dias, A.; Melo, A.; Luna, M. (2008) Os efeitos da bola suiça nos pacientes portadores de hemiplégia por acidente vascular cerebral. Rev. Bras. Em Promoção de Saúde. 21 (4): 233-239.
- Cancela, D. (2008) O Acidente Vascular Cerebral – classificação, principais consequências e reabilitação.
- Correia, A.; Silva, J.; Silva, L.; Oliveira, D.; Cabral, E. (2010) Crioterapia e cinesioterapia no membro superior espástico no acidente vascular cerebral. Fisioter. Mov. 23 (4): 555-563.
- Scalzo, P.; Souza, E.; Moreira, A.; Vieira, D. (2010) Qualidade de vida em pacientes com Acidente Vascular Cerebral: clinica de fisioterapia Puc Minas Betim. Ver. Neurociencia. 18 (2): 139-144.
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