segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

AVC- Acidente Vascular Cerebral


O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “um sinal clínico de desenvolvimento rápido de uma perturbação focal, da função cerebral de possível origem vascular e com mais de 24 horas”, ou seja o AVC, popularmente conhecido por “derrame cerebral” ocorre quando existe uma interrupção súbita do fluxo sanguíneo numa determinada área do cérebro, ocorrendo uma diminuição da actividade dessa mesma área (Scalzo et al., 2010).
Quanto à classificação pode ser dividido em dois tipos: em AVC Isquémico ou AVC Hemorrágico (Abdon et al., 2008).
Os principais fatores de risco para a ocorrência de um AVC são a hipertensão arterial, o tabagismo, diabetes Mellitus, a arteriosclerose, a obesidade, arritmias cardíacas, doenças das válvulas, dilatações do coração, sedentarismo, hereditariedade e a idade (Cancela, 2008).
Os sinais clínicos apresentados estão relacionados directamente com a localização e extensão da lesão, bem como a presença de irrigação colateral. Assim as principais manifestações clinicas observadas nos AVC’s são as alterações das funções sensitivas, motoras, de equilíbrio e de marcha, o défice cognitivo e de linguagem (Scalzo et al., 2010).
A alteração do tónus muscular é uma das funções motoras que também acontece após um AVC, podendo o hemicorpo afectado apresentar um estado de flacidez sem movimento, ou seja o tónus muito baixo (hipotonia), ou pode apresentar espasticidade, o individuo não consegue iniciar o movimento, mas apresenta um aumento da resistência ao movimento passivo. Esta acontece quando existe lesão ao nível da porção piramidal do sistema motor, podendo ser comprovada através do sinal de Babinsky. (Cancela, 2008; Correira et al., 2010).
O equilíbrio e a marcha num individuo que sofreu um AVC também vão estar alterados, uma vez que este apresenta perda do controlo postural, que é a base para a realização de movimentos voluntários normais especializados. Este mecanismo de controlo postural é constituído por três grupos: as reacções de rectificação (mantem a posição normal da cabeça no espaço), as reacções de equilíbrio (reacções automáticas ás alterações de postura e movimento) e as reacções de extensão protectiva (reacções de equilíbrio e rectificação são insuficientes), assim num individuo que sofreu um AVC as reacções posturais automáticas não funcionam no hemicorpo afectado, dificultando desta forma o manter na posição de pé, o andar, as AVD’s (Cancela, 2008).

As alterações de sensibilidades também são muito frequentes após um AVC, as mais visíveis são os défices sensoriais superficiais, proprioceptivos e visuais (Cancela, 2008).

Após um AVC também pode haver alterações da função perceptiva, na comunicação, no comportamento, estas manifestações levam a limitações na realização das actividades de vida diária e restrições no convívio social (Scalzo et al., 2010).

Referências:
  •   Abdon, A.; Dias, A.; Melo, A.; Luna, M. (2008) Os efeitos da bola suiça nos pacientes portadores de hemiplégia por acidente vascular cerebral. Rev. Bras. Em Promoção de Saúde. 21 (4): 233-239.
  • Cancela, D. (2008) O Acidente Vascular Cerebral – classificação, principais consequências e reabilitação.
  • Correia, A.; Silva, J.; Silva, L.; Oliveira, D.; Cabral, E. (2010) Crioterapia e cinesioterapia no membro superior espástico no acidente vascular cerebral. Fisioter. Mov. 23 (4): 555-563.
  •  Scalzo, P.; Souza, E.; Moreira, A.; Vieira, D. (2010) Qualidade de vida em pacientes com Acidente Vascular Cerebral: clinica de fisioterapia Puc Minas Betim. Ver. Neurociencia. 18 (2): 139-144.

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